O rio

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sábado, março 29, 2008

Um tempo Universal - amanhã... muda a hora

Lá em cima, onde o tempo não interessa, o tempo contadinho ao segundo, que os humanos teimam em prender, sem o conseguir fazer... onde o tempo flui com Amor, não é preciso lei.

Cá em baixo, onde o tempo é amordaçado em ampulhetas e os ponteiros nunca se cansam de rodar para o mesmo lado, a lei diz que a hora muda duas vezes no ano... e é assim que o ser humano rege a vida, cá em baixo.

O meu Godofredo, (que não é meu, mas do Mundo) não precisa de relógio para, ao nascer do sol, começar a busca por palhinhas para o ninho ou insectos para a sua amada, e ao pôr-do-sol recolher ao ninho para descansar.

Mas cá em baixo, a lei diz.

Decreto-Lei nº. 17/96, de 8 de Março

Artigo 1º.
1
- A hora legal de Portugal continental coincide com o tempo universal coordenado (UTC) no período compreendido entre a 1 hora UTC do último domingo de Outubro e a 1 hora UTC do último domingo de Março seguinte (hora de Inverno).

2 - A hora legal coincide com o tempo universal coordenado aumentado de sessenta minutos no período compreendido entre a 1 hora UTC do último domingo de Março e a 1 hora UTC do último domingo de Outubro (hora de Verão).

Artigo 2º.
As mudanças de hora efectuar-se-ão adiantando os relógios de sessenta minutos à 1 hora UTC do último domingo de Março e atrasando-os de sessenta minutos à 1 hora UTC do último domingo de Outubro seguinte.


E a hora Universal passa a ser escrita no papel.


Cá em casa nenhum relógio está de acordo com a Lei. O que significa que estou ilegal. Ok! Processem-me então.

Na cozinha as horas estão iguais ao Verão passado, pelo que, não há equinócios nem solstícios, não atrasei o tempo. Talvez por isso as refeições sejam à hora... espanhola. Ou então com fuso horário bem mais espaçado ( se se trata do fim-de-semana).

No quarto, o despertador, que nem sequer toca, tem o horário dos antípodas. Quando aqui se está de noite, ele marca as 7 da matina... olho para ele e digo para mim mesma:

-Tenho que mudar este desgraçado!
Mas até hoje, e acho que já lá vai um ano (que isto de contar o tempo, a mim baralha-me) que se encontra assim.

O relógio do carro é acertado pelo mecânico, que nisso, benza-o Deus, é certinho e direitinho. Dava-me jeito quando o tinha adiantado uns minutos, porque assim me despachava mais depressa na correria do dia-a-dia...

No telelé temos uma hora com uns minutos acima, desconto para os dias de suplício...

Sabe-me bem ouvir o sino da igreja e reger-me pelas badaladas... o tempo corre bem mais devagar...





4 comentários:

Anónimo disse...

Acho que me ia saber muito bem reger-me pelas badaladas....mas até os sinos foram substituidos por luzes multicolores que me ferem os olhos e por sons horrorosos que prefiro nem ouvir.....


Bom domingo Mulher sem Tempos....
Beijo

Apache disse...

Eu gosto mais desta hora que da "de inverno". É bom sair do trabalho e ainda haver luz natural.

cris disse...

Aqui as badaladas não são lá muito naturais também, mas lembram-me os sinos da minha terra e isso já me enche a alma.

Bom fds Gata doce

cris disse...

Apache, parece que há mais tempo para tudo e eu já comecei a fugir para a praia. ;)