De viagem para o norte, para matar saudades, receber colo e abraços de ternura, lá comecei o dia por encher sacos de viagem, contar as alminhas que levava comigo, e certificar-me de que nada faltaria, desde a escova de dentes, ao bebedouro da bicharada, passando pelos livros e calçado, sem deixar de fora rações animais e as de combate para nós.
Depois de ultimar tretas, desligar gás e arrumar tralha, trancar portas e janelas, não que haja algo valioso a levar, mas pronto, anyway... lá partimos rumo ao lugar que me traz as recordações poéticas de uma juventude paginada de cores e sonhos por viver... entre outros meio vividos.
Até atravessar o primeiro rio grande, nada de novo... depois começaram as dores de cabeça. Os gatos iam na frente, dentro de transportadora, de patas de fora, a miar de vez em quando, como a pedir para voltarmos para trás e assim poderem subir livremente às árvores.
O cão, tarado do caraças, mal entrou na "baignole" não parou de ladrar até adormecer. (digamos que levou tempo)... é alérgico a rodas e pneus, a aviões e pássaros, mete conversa com quem passa, por tudo e por nada. Mesmo com calduços, não cala a tramela. Um desassossego.
Santarém da minha desgraça. Parece sina... duas horas para chegar a Leiria... num pára-arranca infernal. Quinze horas. Música alta, vidros abertos, e fila na auto-estrada do Norte.
Que havia acidente, tinham escrito depois da primeira área de serviço e saídas possíveis... sempre Tugas!
Refilei que não ia pagar a portagem... que não era correcto... a certa altura ainda pensei em desligar o carro e esperar que a polícia aparecesse. Mas arriscava a levar uma trepa dos outros automobilistas e ... não convinha...
Depois deste interregno, lá marchámos um pouco melhor até... passar o Douro. VCI entupida e mais uma hora para andar 17 km. Depois disto e de largar 19 euros e uns trocados eu ainda me pergunto que país temos nós... É kafkiano, redutor, hilariante e estropiado.
Segunda-feira vou a uma repartição de finanças, porque me enviaram uma carta dirigida a um homem que eu não conheço, mas que vive comigo, pelos vistos, e como ele não deve ter sido cumpridor escreveram a falar em penhora. Lindo, né? Ainda me dirigi a uma repartição lá no sul, ma sa resposta foi interessante: -A senhora é que tem que resolver."
Soube há pouco que noutra repartição enviaram carta a um cliente para que pagasse às finanças em vez de pagar a quem devia ( o fornecedor), alegando que este último estava em dívida para com o erário público ou tesouro público ou o caraças. Foi-se a ver e era mentira e o bom nome do senhor foi posto em causa. Ando a ficar cansada de tanta asneirada e impunidade...
Boa Páscoa
Beijocas larocas directamente de norteland