O rio

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quinta-feira, março 20, 2008

O Meridiano do Amor

Nas arrumações da Primavera, lá fui tropeçar num livro, desta vez de Eduardo Sá. Foi prenda de aniversário, não sei se do ano passado se do anterior, que eu para datas sou pior que as ventanias...
"Encosta-te a mim e deixa-te estar", Oficina do Livro. Enquanto se arrumam partes de nós, cá em casa, a mania é sentar no chão e folhear páginas, recordar e reflectir... Nada de novo, certo?
Tropecei então em páginas que me puseram de novo no trilho, embora com o tal sabor amargo e a sensação de que crescer dói como o caneco e que as redomas não servem para nada a não ser estropiar qualquer um e torná-lo atrofiado perante os pares. Afinal, a vida é mesmo uma selva. Eu não quero viver nela, mas não me restam alternativas... Custa como o caraças, não gosto disto... mas... cá está mais um degrau a subir.

"(...) - quando nos repartimos por muitas pessoas, cada uma traz curvas novas aos nossos horizontes. E isso é bom. Porque sempre que chegamos aonde o mundo se perde de vista percebemos que nunca se conhece até às últimas consequências. (na verdade, nem até às penúltimas...) E porque, afinal, crescer por outras latitudes nunca nos transforma em pessoas equilibradas mas habilita-nos a crescer com os desequilíbrios da vida(...). [...] As pessoas com quem crescemos não acompanham para sempre o nosso crescimento. Muitas vezes perdem-se de nós. [...] " (p.224/5)

"(...) o mundo interior não divide as pessoas entre as estranhas e as da família. [...] mas entre os viajantes e os aventureiros(...) como pirilampos que nos dão uma luz e, de seguida, nos desassombram com outra decepção.
Os arquitectos (...) rasgam avenidas ou desvendam planaltos. E guiam-nos. Trazem consigo revoluções tranquilas(...) Os alquimistas(...) abrem persianas na nossa alma, dão-lhe sol e transformam-nos para sempre. (...) percebem que aquilo que distingue as «boas prendas» «dos presentes» são os laços. E nunca nos perguntam se estamos tristes ou aflitos. Antes dizem: «Chega-te a mim... e deixa-te estar.»" (p.228/9)

Eduardo Sá,Chega-te a mim e deixa-te estar, Oficina do Livro,1ª edição, Agosto 2005


4 comentários:

Vício disse...

espero que, apesar de teres tropeçado, não tenhas caído!

cris disse...

Vício, penso que ainda não foi desta que os joelhos esfolaram até sangrar... ou então já nem me sinto... vou ver se colo as peças do puzzle, tra vex.


Boa Páscoa e beijocas larocas

Dragão Azul disse...

Então caiste???

Levanta-te, a vida é feita de tropeções e muitas das vezes que se tropeça aprende muitas coisas.

Boa Pascos.

cris disse...

Não caí nada, Dragão... fogo!!! Só falta empurrarem... escorreguei... mas estou de pé. Aprende-se, grande novidade... Bahhhhhhhhhh. Não se ode aprender sem escavacar joelhos? Era bem mais fácil, não?


Boa Páscoa e boa francesinha também