Enfurece-me a prepotência e a mania do uso da força. Enfurece-me a injustiça... fazer o quê?
Baralho-me com a segurança dos outros perante a minha constante insegurança e baralhação. Mas
por que raio tem que ser assim e não de uma outra forma?
Está bem que a Natureza tem orquestrada uma forma de sobrevivência. Mas
por que carga de água tem ela que ser sempre favorável à lei do... mais forte?
Na estrada, no local de trabalho, na rua, nas filas, nas leis, na política (e eu não sei fazer política), em tudo quanto é sítio, o mais musculado teima em pisar o mais pequeno. Acabei de salvar ( ou tentar) um pássaro. Talvez seja um melro, porque nem o mirei bem, para falar verdade. Não sei por quê não aprecio o toque de pássaros. Pêlo ainda vá que não vá, mas penas...
O pobre decidiu fazer breve paragem pelo quintal, talvez pensando que eu tinha bem amestrados os felinos aqui do condado. Engano enorme. De volta do bicho estavam a cadela, o gato e a gata. Os olhos de cada um, bem abertos e à espera da deixa para poderem ... brincar.
O bicho, aparvalhado, perguntava-se de certezinha de onde haviam saído tais aventesmas. Devagar, aproximei-se e mostrei-me zangada. Surtiu efeito, disfarçaram o interesse e bastou para me aproximar. Agarrei o desgraçado e ralhei com a malta doida. Soltei-o num campo e agarrei a bicharada para dentro de casa. O gato ficou com ar de chateado, tipo " gaja chata esta, cum caneco!" mas eu cá nem quero saber... por que raio tenho que andar sempre a ensinar que devemos respeito uns aos outros? Para que haviam eles de tirar a vida a um desgraçado, nas minhas barbas, e ainda por cima de barriga cheia como andam? Humpf!!!
Devia ensiná-los a gostar apenas de vegetais...