O rio

O rio

quarta-feira, setembro 24, 2008

Ele há com cada cena à Sousa...

Há uns dias atrás, a caminho de casa a nina comentou:
-Magalhães, Magalhães... nem placa gráfica tem...
Coisas destas, vindas de onze anos circunspectos deixaram-me a pensar e saiu uma coisa bem à mãe desorientada:
- Se o Chavez percebe isso inda nos vende petróleo aguado eheheheh.
Rimos.
Hoje ao almoço, vi na TV a pompa e circusntância de um discurso autista. PC para todos... comentei que era curioso o segundo ciclo ter ficado de fora e eis que salta logo outra legenda no rodapé:
"Alnos de segundo ciclo tb poderão ter Magalhães".
Curioso como se matam dois coelhos ( ou muitos) de uma cajadada só.
Para que servirá o Magalhães nas mãos de meninos e meninas como a minha? Que fazem pps e projectam trabalhos para aulas de EVT?
Se calhar lucravam se a prof de POrtuguês já tivesse sido colocada... se as aulas de substituição obedecessem de facto ao plano de aula que nem existe... calhando lucravam mais em ter menos horas e áreas curriculares, para poderem estudar convenientemente. Se calhar, até podiam ter na escola papel higiénico, chaves de cacifos e almoços mais coerentes ( soube há pouco que para comerem dieta, os alunos têm que apresentar atestado médico ( a dieta não é mais saudável?) Hum... se calhar lucravam em não ter 23 aulas assistidas por diferentes profs. ao longo de um ano inteirinho. Sei lá...
Um aluno disse-me:
- Um Magalhães? Quero antes um Camões.

As incoerências salpicam todo o santo dia. Legislação que define o que deve trabalhar em áreas curriculares, mas sem programa nem materiais a nível tecnológico muito apetecíveis.

Hoje ouvi dizer que o fisco não tem lucrado muito este ano e que os combustíveis estão nessa lista de pouco lucrativos... acho que estamos... tramados. Nem Magalhães nos vale!

bjcs

Cenas de uma desorientação continuada

Os dias correm depressa, as coisas saltam que nem cogumelos ou para fazer ou para arranjar. Uma das lâmpadas da cozinha resolveu armar-se em árvore de Natal. Como a outra já se tinha armado em esperta e a consertei... esta não esteve de modas.
Parti uma mola da porta do fogão e acabei um assado com uma cadeira encostada. O dia podia ter acabado só assim, mas ainda houve tempo para sair do carro à pressa e deixar a porta escancarada toda a santa noite. Aproveitou-se disso o gato, que dormiu no bólide toda a noitinha. De manhã, a camisa branca ficou linda quando chegámos ao destino. adereços fininhos, pardos e de gato espalharam-se por nós que foi uma maravilha.
A baralhação por cá é assim, constante e cogumeleira. Mas o sorriso e a gargalhada ninguém nos tira. O temor de não ter bateria esfumou-se, mal a chave rodou, pelo que o dia correu lindamente.

Beijocas e boa quarta

Há cromos que merecem fuzilamento...

Eu até nem sou agressiva. Não fosse este meu lado carneirão e até me levavam só com meras falinhas mansas, juro! Mas quando as coisas se desorientam logo pela manhã, a cena muda de figura e o meu costado, lado ou raíz ( agora baralhei-me) salta sem que possa agarrá-lo na curva.
Com a família alargada ( somos dez, já disse, não disse?), sair de casa, de manhã, tornou-se invariavelmente um momento digno de filmes de Charlie Chaplin. Mal me levanto e espalho os bons dias, miados pequeninos respondem e cabecitas ensonadas, de olhos estremunhados miram-me, como que a dizer: - és tão palerma... muda a vida e faz como nós - comer e dormir...
A correria começa com lavagens, limpezas, pequeno-almoço para toda a malta ( sorte de ter uma nina especial que já se prepara sozinha há muito) e dar rédea solta aos cães.
Sacos e saquinhos, malas e malinhas, chaves e chaveiros ( mais pareço guarda prisional) e arrancamos na mecha. O percurso nem é comprido. A coisa faz-se, normalmente, ao som de música alta, cantareu e risota.
Um dia destes, porém, na cidadeFM, rádio predilecta até então da nina pequena, mal vou a entrar na IC32 oiço:
- Nove e meia.... bla bla... bla...

Já nem ouvi mais nada... Os olhos esbugalharam-se. Incrédula mirava o relógio do bólide e dizia a meia voz:
- Poça... mas eu não mexi nos relógios... ( o meu marcava oito e dez, coisa parecida)... ninguém me avisou... ( a minha mãe é porreira e orienta à distância... sacanas do caraças...
A nina, primeiro dia de aulas... deixa escapar, num fiozinho de voz:
- Vou chegar atrasada... logo no primeiro dia...
Arranco a 140 km/h. Sabia que podia ser apanhada... mas cum caraças... isto não é normal sair em cima do tempo ou para lá dele...
À medida que vou acelerando, vou mudando de estação de rádio até chegar ao meu destino. Mal saio da via rápida, na RR o senhor.. sim porque o outro foi filho da mãe e outras coisas depois disto - o senhor, dizia eu, diz calmamente:
- Oito horas e dezassete minutos.
A desgraça que saiu de mim a seguir faria corar um gajo. Mas se apanhasse o locutor na altura fá-lo-ia em frangalhos. gastei gásoleo desnecessariamente, pneus, nervos e ainda podia apanhar multa.
Há cromos que bem mereciam ser... fuzilados.

Nessa manhã, coincidência ou não, para os lados de Lisboa, os acidentes foram mais que muitos. eheheheh seria interessante investigar, né?