O rio

O rio

domingo, setembro 30, 2007

Do melhor...

Apesar de ter pedido licença mas nem ter aguardado pela autorização, trouxe do Blog do anterozóide este exemplar. Riquíssimo este blog: traduz realidade de forma artística e objectiva. Sugiro visita regular. Obrigada caro Antero.

A culpa é da chuva que não me deixa sair...

Sigo na estrada da vida

nem sempre perdida, apenas porque

amigas do peito me seguram a mão


desço e subo os caminhos acidentados,

por vezes agrestes, espinhosos, malvados


e quando a estrada é segura, lisinha, sem sobressaltos

eu cambalhoteio,

derrapo no chão,

apenas me aleijo

porque pressinto

que sem estrago não caminho



complica-se a vida

com coisas supérfluas

ou pla chuva, a morrinha,

o sol quente de Agosto,

um espinho de roseira,

um chinelo no chão...

tudo serve para criarmos

logo ali a confusão


coração sem paz,

olha em redor e suplica

deita-te moça,

descansa,

recupera da lida,

amanhã será melhor,

haverá outro colorido...


e é facto factual


que me levanto mais forte

e canto e rio e choro

ao longo de cada dia,

intenso, mesmo sem sê-lo,

saboreio , sinto e gosto

ou desgosto e os olhos mostram,

o que me atormenta a alma.


porque neste mundo de crescidos,

ser frágil é alvo a abater,

e nem sempre me apercebo

que provoco o prazer

a insanos que se deliciam

com a lágrima que vêem.