O rio

O rio

quinta-feira, novembro 01, 2007

O dia em que me for...

Um ombro amigo, mais do que palavras, um sorriso terno, mais do que flores, um olhar tranquilo, um beijo dirão sempre,: - Eu estou aqui! Sempre do teu lado.
E é assim que os dias vão correndo, como água por entre os dedos, cintilantes, doces e calmos.
Por vezes, na pressa do corre-corre, não damos conta daquele olhar que parecia pedir colo ou perdão. Não percebemos o esgar de dor ou de tristeza, de abandono e de desistência do outro.
Encalacrados na versão maldosa do tempo, pensamos em correr sem dar a mão, chegar ao fim, sabendo sempre que aquele fim é sempre princípio de outro.
Foi desta maneira selvática que a nuvem chegu até cá. Sobressaltos, mentiras, egoísmos e medos tomaram conta do meu coração.
Apaziguaram-me, de novo, os anjos que teimosamente me seguram e afastam do chão do poço fundo. Uma mana do coração deixou-me este texto que aqui partilho. A doçura do olhar das minhas fadas ensinaram-me uma vez mais que o fim não existe, apenas um ciclo se fecha para dar início a outro e que a esperança persiste e segura as almas que somos.
Vagueio a vista pelo mar, encontro a calma e prossigo, correndo ou andando, conforme as forças me permitem, mas sempre com lugar no coração para quem ama e quer bem ao mundo e aos homens que somos.
De lado, deixo as maldades de outros, que pisam e repisam com objectivos loucos, insanos e egoístas de pensar que comandam o destino de povos como se de um jogo de xadrez pérfido se tratasse, no qual qualquer fim justifica os meios. ainda não sabem, infelizes, que a partilha e a dádiva generosa vale mais que milhares de barris?

O dia em que me for...

Quero estar feliz e leve
como as cigarras, cantar
depois um longo suspiro
dar, dizer adeus silenciosamente.
Não quero ninguém chorando por mim...
se fui, é porque era chegada
a hora, já tinha feito tudo
que me aprazia, era feliz.
Amei e fui amada
cantei, sorri, dancei, chorei,
vivi intensamente.
Mesmo que meu corpo
ainda esteja bonito,
a alma deve estar
encardida, e é preciso ser
lavada e purificada
para aqui poder retornar.
Os erros redimidos
o perdão verdadeiramente
consciente no coração,
Atingir a verdadeira serenidade
a paz e a tranquilidade.

Aos que deixo
não me digam adeus,
me digam até breve.
Lá de cima estarei sempre
com meu sorriso, com a minha
alegria, as minhas brincadeiras
olhando todos e me divertindo.
No baile da vida sou
dançarina nata,
e esse dom levarei comigo
para bailar com os anjos,
e amigos que lá encontrarei.
Deixo toda a felicidade que vivi, toda a paz
que me foi permitida usufruir, a simplicidade
qque me foi sempre peculiar,
deixo a bondade que existe no meu coração
deixo o mais importante
meu maior tesouro
a amizade sincera.
Deixo de legado a
minha vida transparente
que habita esse corpo
que me foi emprestado,
Nesse dia, vão descer dos céus
anjos cantando e os meus
amigos ouvirão a minha voz,
serena, sussurrando:
Adeus! simplesmente, fui...


Arney T. Marcheschi

http://amizadeverdadeira-amizade.blogspot.com/

Rakes of Kildare Hammered Dulcimer




Sempre gostei desta melodia celta. Hoje, ao ouvi-la ( oferta de uma amiga e colega que, sendo anjo, entendeu que escutaria e acalmaria este interior desgraçado) senti aromas da serra que o meu trazia quando ia à caça. O cheiro a caça, como eu chamava, a urze e a terra seca e quente, a bichos selvagens e livres que ele aprecia tanto, em liberdade. Tenho para mim, e ainda hei-de tirar esta dúvida, de que ele ia à caça para fugir dos humanos. Ia para ver e estar em comunhão com a Natureza. A mãe- Natureza.
Estou de volta, espero eu... cansadita mas a levantar lentamente de embates que teimam em ficar.

beijocas larocas e boa sexta