O rio

O rio

domingo, março 11, 2007

Vou ser baleia, golfinho...
misturar-me com o mar azul e cintilante que hoje visitei.
Vestida de azul de imensos tons, com renda branca a marulhar na roda
Iemanjá lá esteve, sorridente e brincalhona.
Molhou-me os pés calçados, as calças,
os cachorros e a nina.
Vou transformar-me em peixe e viajar.
vou ver as praias do mundo inteiro.
Grata por tudo Iemanjá, rainha dos mares.
Um dia vai chegar, eu sei...
qual Dom Quixote, D'Artagnan ou Fígaro.
Chegará de mansinho, com voz segura,
e ao meu ouvido dirá palavras lindas e verdadeiras.

Eu, insegura, duvidarei,
na inconstância de folha ao vento,
avassalada serei então,
abraçada pelo meu Zorro, que forte e fiel
me gritará com voz baixinha,
num sussurro meigo
pra me acordar de um torpor,
e com ensejo
me ensinará a amar sem rede.

Quando eu amar...


Vou deixar rolar as lágrimas de alegria e de prazer,
erguer as mãos em oferenda...
Esperar que as gotas se transformem em néctar doce
e colori-las.

Dar-tas-ei a beijar, a ti amor
molhar teus lábios, decerto meigos e carnudos
que abraçarão os meus, em leve toque,
no qual estremeço e me dissolvo.

E estar contigo será uma aventura
porque os momentos, ao segundo, terão loucura
nada monótono estará entre nós dois.

E eu sentir-me-ei estranhamente abençoada,
por sentir que finalmente sou amada.
Eu a donzela, tu o príncipe encantado.

Bommmmmmmmmm Diaaaaaaaaaaa Domingooooooooooooo

Até às três , quatro da tarde haverá alegria.
Prometo.
A neura virá apenas quando escurece e se começa a sentir que a segunda está à porta.
Mas isso são outras conbersas.

Hoje vou lavar os olhos no mar.
Beijar com os olhos a maravilha das enseadas e sentir na pele o calor
doce do Sol.
É uma benção que vou agradecer.
A benção de estar viva, ter filha e amigos,
ter família e trabalho,
e de, no meio de tanta coisa má e chata eu ainda saber
rir e sentir a alegria de viver.

Para todos um óptimo Domingo, com saúde e boa disposição.Muita música e riso.

Não resisti...eu bem digo que isto é pior que pescadinha de rabo na boca

Uma amiga mandou por mail.
É verdade...
Sempre que leio o Eça,
principalmente a Cidade e as Serras,
revejo tanta coisa deste rectângulo.
Aqui vai:

"

ORDINARIAMENTE todos os ministros são inteligentes,
escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a
faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são
nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concep-
ção, nem o instinto político nem a experiência que faz
o ESTADISTA.É assim que há muito tempo em Portugal
são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política
de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso,
governado por vaidades e por interesses, por especulação e
corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será
possível conservar a sua indendência?"

(Eça de Queirós, 1867,in "O distrito de Évora"