Na terça passada arranquei de solo moçárabe em direcção ao norte. Levava as horas contadas. O meu sobrinho, gajo lindo, lindo, lindo era baptizado às sete da tarde. Tinha uma reunião bué produtiva que durou hasta las cinco de la tarde ( não, não gosto de tourada). Corri até casa para deixar a bicharada cuidada e agarrar no saco. Pensei sempre que em 3 horas lá me punha no meu Norte. Que nada! Sempre que a malta está com pressa... surgem os famosos empata... qualquer coisa ou qualquer um. Apanhámos acidentes, troços de estrada cortados em faixas simples e duplas, até para a outra via tivemos que desviar ali para os lados da Feira, se bem me lembro porque eu baralho tudo. Estranhamente, há não sei quantos anos duram as obras de Santarém e arredores. Se for assim a recuperação deste país depois da loucura actual, nem na próxima reencarnação nos safamos.
Mas dizia eu que íamos a caminho. O tempo passa mais depressa de música alta, e pé na tábua. Lembrei-me por diversas vezes que o código se alterou e ficar sem carta complica a coisa. O que é certo é que só às dez da noite chegámos ao baptizado. No lusco-fusco do jardim da minha mãe, os pequenitos faziam bolas de sabão, os crescidos, à mesa tagarelavam calmamente. Cheguei eu, a espalha-brasas, mil abraços se espalharam e muita beijoca. Até o padre ganhou beijo. Para mais tarde, desastradamente o afligir. Eu explico. Levava uma camisola de alças e estava encalorada, devido à condução e aos gajos que resolveram pôr-se entre mim e o meu norte e empataram e fizeram com que soltasse o nortenho que há em mim de maneira alucinante. E toda a malta me dizia:
- Cris... veste um casaco.
Depois de responder polidamente umas quatro ou cinco vezes, o padre caiu na asneira de repetir. E sem pensar saiu isto:
- Ó sr. Padre, eu sou uma mulher ... quente.
Tou sempre a dar tiros nos pés! O resto da malta fingiu não ter ouvido ( adoro a minha mãe por esta sabedoria) e só a minha mana Bé me percebeu. Acabámos às gargalhadas as duas, porque é terrível estar ao pé de mim...
Mas no meu norte tudo foi melhor. Regressei para a terra de camelos no dia a seguir, para continuar o trabalhinho. Parece que tudo fi mais rápido no regresso. Raio de sensação!!!
Eu tou mais crescida...mas escusam de pensar que melhorei, porque a lua é o meu destino. Um degrau, de cada vez, sempre. Porque baralho sempre e não tenho emenda... é escusado. Nem com choques eléctricos... Também só mesmo assim posso saborear, aprendendo a ser sábia com a ajuda doce das fadas e duendes que me conhecem e amparam. Grata a quem me quer bem. Mil beijos e abraços(º_º)
O rio
sábado, julho 12, 2008
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