O rio

O rio

domingo, dezembro 11, 2011

A saudade não deveria existir

Eu sei que trago em mim todos aqueles que amo... os que partiram desta Terra azulinha, mais cedo do que era suposto, os que se foram embora porque quiseram e aqueles que pelo caminho ficaram sentados enquanto eu caminhei, aqueles que apesar de afastados, caminham a meu lado e que decerto, mais dia menos dia, nos encontraremos para um café.

Eu sei disso. Sei das promessas de que um dia nos veremos também, esta para ti G...
Sei que tudo não passa de uma ilusão de tempo que afinal fomos nós a criar, porque somos partes uns dos outros e nunca nos separamos, num plano maior, de Luz e de Amor.


Mas possa, como dói a saudade. Dia oito foi o dia mais vazio que tive... nem deveria ser feriado de tão vazio que foi... Se ao menos pudessemos levitar, encontrar os que partiram e pudessemos estar com eles umas duas horas, a tomar chá, a rir e a conversar. Adorava dar um abraço ao meu pai e dizer-lhe mais uma vez que o amo. Que tenho orgulho em ser filha dele. Que me perdoe se não sou da mesma fibra e me deixo ir abaixo quando não deveria. Adorava poder ouvi-lo e poder perguntar-lhe se faço bem em acreditar nisto ou aquilo. Oh como dói a saudade... a sensação de solidão caiu sobre todas nesse dia... Forte como é, ou à procura de âmparo, só a minha mãe telefonou. E eu sentia tanto o vazio...

Dizem que o tempo cura mas não sei se assim é. A gente apenas se habitua à ideia de que é suposto ser assim, e segue... e eu sigo... mas hoje nem sei bem para onde sigo... a saudade entranhou-se de tal forma, que doi em todo o lado e cada pensamento que chega, faz saltar lágrimas teimosas. Acho que me desorientei. Não sei quanto tempo vai demorar a colar tudo outra vez... nem se consigo.

Fazes-me falta. Fazem-me falta as pessoas que me seguram. E eu falho tanta com tantas , com todas... todas as que são anjos e me seguram na caminhada. Não sei se serve de algo pedir perdão. Vou à procura de cola. Tentar levantar e seguir em frente à procura de mim.