Não sei bem porquê nem por que não, hoje veio-me à ideia, ao olhar a amoreira tresloucada que cresceu indecente e despenteadamente ali no quintal, do vale de Santarém, da Joaninha e do Almeida Garrett. O que me deu trabalho, ler aquele livro.
No décimo segundo a prof, da qual ainda lembro a figura e o nome, baixinha, rechonchuda, de sorriso ternurento, firme e sempre com comentários que me danavam, a cada análise literária,pediu-me um gui~eo para um filme, com base na história de amor da pobre Joaninha.
O meu espírito contraditório, sempre a chatear-se contra as obrigações,, lá fez o guião, arrancado a ferros, porque a história era ... triste demais. Eu só gostava de histórias de amor com um fim terrivelmente doce.
Hoje não lembro nem metade da história. Apenas como era frondoso aquele vale, de um livro azul, que ainda hoje mantém o colorido desta Terra.
Talvez por isso, cada vez que passo no bólide, por estradas ainda frondosa e verdejantemente ladeadas, me emociono e digo que as copas de um lado e de outro se beijam. Como a lenda do bétel e da areca.
Há magia nas árvores, nas flores, nos arbustos. Apesar de aflitivamente dardejados diariamente, mantém-se dignos, em pé, com uma realeza digna e majestosa, simples e singela, forte e corajosa.
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