O rio

O rio

quinta-feira, junho 14, 2007

Por quem não fala... com medo...do escuro



Por ti,
avô que ,sem forças,
gritas com dor
e cais antes de te deitarem a mão
o socorro
tardou,
e por dinheiro fecharam o sítio que te podia salvar.

Por ti mãe que
trabalhas para alimentar
as bocas esfomeadas de filhos
que não saberão nunca
se o futuro é seu.
Por ti que não podes adoecer nunca...
e não podes dizer o que vai na alma
sob pena de te lançarem na rua.

A ti pai que trabalhas
sob a guilhotina
da incerteza.
Para eles já não prestas
mas depois afinal serves...

A ti criança que devias
ser a gota de esperança dentro da própria garrafa do amor
e te encontras desamparada
porque não passarás de um número.

O Zeca sabia do que falava. E nós? Que sabemos?


2 comentários:

Anónimo disse...

é uma sincronia assustadora, Cris. Penso que teremos que passar a falar por metáforas, tal qual o Zeca, quando se referia aos vampiros.
Bj e abraço e xi coração, querida amiga.
M.

cris disse...

Tal e qual minha querida. Mas sabes? Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe...

Beijocasssssssssssssssss