O rio

O rio

terça-feira, janeiro 30, 2007

Fui à arquinha de recuerdos...xiii, tanta teia, tanto pó...


Verdade...mas sem ácaros, que no meu tempo essa modernice não existia. Verdade!!!


Bom, fui à arca das músicas e vibrei. Ri, chorei, dancei, cantei ...enfim... valeu a pena.Carreguei baterias.
Rita Lee, Lança minina todo esse perfumi...um must.
E quando canta Saúde , então, ou o Escurinho do Cinema... minha nossa...para onde me leva. A Piaff, o Gilberto...Tá tudo no dreamswings dois...

Veio a Elis com Fascinação e mexeu e remexeu...


É giro. Partilhei músicas ca nina e demo-nos conta de como se pode gostar das mesmas coisas.
A cumplicidade entre nós está ao rubro. É simplesmente delicioso ouvi-la falar do que a consome...do que a preocupa... As expressões de gente grande em meia-leca, leva à lágrima. ( Acho que estou muito lacrimejante hoje).

Mas voltei cá para falar de outras coisas mais. Não só dos recuerdos musicales.

Em tempos vivi de perto situações de angústia que me trouxeram de volta os fios ténues da memória quando o Referendo veio outra vez à baila, nos outdoors...porque eu, com franqueza, franquezinha, ando tão fartinha das asneiras do governo ( e acabei de recordar que asneira vem de asno e asno é... eheheheheh pois, tadinhos dos burros que nem culpa têm).

Bem, eu recordei coisas tristes, atrozes. Revoltei de novo. Será possível que meia dúzia de letrados se achem suficientemente razoáveis para escrever algo que sugira que com a legalização do aborto se passará a realizar abortos como quem vai ao dentista ou a um clínico geral?


Será possível que não se dão conta que as Mulheres quando o fazem, fazem-no de rastos, com sentimentos múltiplos de dor, de raiva, de culpa entre muitos outros?

Para não pôr a tónica noutro ponto. Quando uma mulher tem que pedir autorização para mexer consigo mesma, muito vai mal na humanidade... Depois vem muita gente falar em moral e ética. Pena que só surja quando dá jeito e não quando faz falta.


A moral e a ética deve começar em casa de cada um, e em cada indivíduo em cada cidadão quando atropela e foge, quando se candidata a um cargo e toma decisões, desculpando-se quando dá raia que deixando o estado como culpado e corrupto. São tantos os ratos...tantas as nódoas...dá dó.

Eu sou a favor da despenalização. Sei o que é sofrer a descriminação, nem que seja com o olhar, quando se tem o azar de abortar mesmo sem querer. Este país que se diz com vasta visão de futuro está minado de preconceitos tolos e de gente maluca disfarçada.

Apetece gritar: À Barca! À Barca OU lá! Que temos gentil Maré! Mas aqui só entram Parvos porque tudo o resto tá por aí, neste jardim à beira-mar plantado, a acabar de aniquilar esperanças e vontades de sonhar...

Raios que de repente fiquei pra lá de amarga.

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