O rio

O rio

terça-feira, setembro 29, 2009

O meu herói!



O meu herói e mais do que um, milhares, são os que eu tenho.

São os heróis sem face, eternos desconhecidos que na calada da noite aterram junto a um carro acidentado e lutam para que a coisa escura, chamada morte não leve tão depressa, quem chegou ali, naquela hora.

São meus heróis os que nas camas de hospital lutam agora para que as doenças teimosas, chatas, cruéis cheias de requinte em malvadez não os tomem por vencidos.

São heróis os meus pais que atravessaram um fascismo, uma revolução, emigararam e regressaram para um país a despontar, e choram agora ao mirarem um territótio endividado, vendido, esfarrapado, esquartejado e moribundo, onde ficam filhas e netos.

São meus heróis os milhares de homens e mulheres que de 400 euros mensais fazem do mês um hilariante cordão sem rede, de sorriso no rosto e abraço pronto.

São meus heróis os miúdos das escolas, onde se reduz às cegas e à pressão o número de funcionários, não contando para segurança senão o número, o rácio, como lhe gostam de chamar agora.

São meus heróis os putos que num país sem nexo, estudam matérias anexas, desconexas

São meus heróis aqueles que lutam e se mantêm de pé.


Herói é quem ama, no meio da batalha, perdoa ao atrofiado
é sublime no abraço, esbanjador no sorriso
doce no olhar.

Boa terça!

Sem comentários: