O rio

O rio

domingo, maio 04, 2008

Falando de ... amor

"As mais lindas palavras de Amor sõ ditas no silêncio de um olhar."
Leonardo da Vinci

"E que a minha loucura seja perdoada porque metade de mim é amor e a outra metade... também"
Oswaldo Montenegro

""Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor no coração e sorriso nos lábios"
Martin Luther King


"-E falaste isso tudo na tua direcção de turma?
-Não. São meus alunos... como se fossem meus filhos.... parte integrante de uma humanidade que se encontra perdida e baralhada em termos de valores."

A conversa pode até começar assim, ou então de outra maneira parecida. Preocupa-me o estado catatónico .... compreendo-o. Perdemos a vontade, a alegria de partilhar o que sabemos até à exaustão, porque estamos exaustos e tudo porque a burocracia e o papel valem mais do que a partilha, neste jardim que mirra de dia para dia, ao pé do mar.

Um dia destes, falámos de Amor na aula. Dos vários tipos de Amor... Ao princípio vêm os sorrisinhos maliciosos. Amor=sexo e pronto!... ainda por cima, malta que nem na puberdade está. Ou então tem apenas a biqueira do sapato neste estádio tão baralhante.

Baralha-nos vermos o que crescêmos. O tamanho do sapato e da camisola mudou...

Fica-se super emproado ao medir a distância que falta para ficarmos do tamanho dos pais.
Como se isso fosse sinónimo de ... qualquer coisa... Tanta ilusão.

Ama-se com a velocidade supersónica, deseja-se sem se saber, deixando a cabeça à roda. E a contagem dos pêlos que surgem nas axilas e na cara torna-se uma fixação que apenas atenua com o controle diário.
Comparámo-nos uns com os outros. Tememos ficar na última carruagem deste salto grandioso.

Mas amar é ainda maior. Fica, mesmo depois da mudança. Das mudanças que teremos pela vida fora. Amar é intemporal. E foi a aula mais doce... Os dedos levantavam-se sem pudor... conscientes e felizes por sentirem.

"- Há o amor de pai para filho!"
"- Eu amo a minha avó!"
"- Eu amo o meu irmão!"

Partilhar é um acto de Amor. Ensinar é um acto de Amor. Olhar para alguém com imensa ternura, é um acto de Amor. Perdoar, é um acto de Amor.

O final veio, com sabor a pouco. De volta à realidade, dei-me conta do marasmo em que por vezes caímos. Na falta de alento, no desconforto provocado por leis contraproducentes... que nos tiram o tempo tão necessário para o que vale mesmo a pena!

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