Há dias assim. Pega-se na tela e pinta-se o que se vê ao redor.
Olho à volta e vejo pilhas de trabalho, desarrumações e caos.
Que o caos leva à ordem, sei eu bem... fartava-me de ler e de escrever sobre isto no 10º ano. E se gostava de me segurar a esta teoria para poder aguentar as quedas, tropeções e escorregadelas dentro de mim... Parece-me que nunca deixei os meus dezoito anos. O interregno dentro de mim foi imenso...
O meu caos é diário.E levanto-me para reordenar tudo... de véspera organizo e preparo o que farei e direi nos momentos seguintes, para não descarrilar. Mas no momento, como castelos de cartas ao vento, tudo se desvanece, esqueço as estratégias e as ideias, as frases e os passos a dar... baralho-me com a catadupa de pedidos, de orientações e de tagarelices avulsas...porque sonho quando devo estar alerta.
Depois há os olhos... não consigo esconder a alma e se me fazem sair do sério, os olhos mostram-no... que chatice. Da mesma forma, não escondo a doçura com que olho para alguém... devia treinar, devia aprender mais sobre a representação.
Um dia alguém disse, completamente apaixonado e cego, sobre outrém: " As capas... as pessoas têm máscaras... e eu disse-lhe que começasse a descascar as múltiplas camadas, como uma cebola...". Fascinaram-no as camadas... a busca do âmago...o recôndito e o turpor, a mentira, o vago... o jogo.
Não gosto de camadas!
linkin Park -Shadow of the day
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