O rio

O rio

domingo, julho 08, 2007

Qualquer perda... dói...por mais preparados que achemos que estamos...


Por causa desta fedelha... a nina chorou amargamente, ontem... pôs meio mundo à procura de si... julguei que nunca mais voltava a vê-la. Num momento de distracção deixámos de a ver. Corri rua acima e rua abaixo...afligi...
Quem disse que perder alguém é suportável?



Para acalmar a dor de gente inocente, lá me vi na necessidade de dizer algo. Por sugestão da kida Oli, que, nos momentos de apuros está sempre cá (grata minha doce Oli) e mantém clarividência, não entra em pânico e racionaliza ( ai melher equilibrada!) lá fui dizendo à nina que de certeza estaria a dormir algures.

A certa altura ouço a voz mais calma da minha sombrinha:
- Mãe, já acordou?

A aflição de não se saber que dizer. De não se saber se estará viva ou se nunca mais voltará... que raiva....

Entre cigarros e conversa, o pensamento não se afastava da situação crítica: e se a gatita fugiu para a rua... os cães comem-na... a dor entranhava-se em mim, da mesma forma cortante que rasgava o coração da minha nina... é injusto....

A certa altura liga a nha mãe, que pela voz depreende que algo se passa e insiste na pergunta da praxe: - Mas está mesmo tudo bem? A tua voz não parece...
Minto... alterando o timbre, num esforço enorme... ainda por cima porque não contei que... agora temos mais dois animais e que... lá teremos que ir todos em excursão nas vacaciones... e que ...bom... isso me condiciona toda e qualquer viagem...

E foi precisamente enquanto falava com a minha mãe, depois de já ter andado de gatas pela casa todinha à procura da bichanita.. que olho para um cantinho minúsculo da cozinha. Enrolada sobre si própria, dormindo profundamnete, sem querer saber das aflições do mundo, lá estava a fedelha que nos ia partindo o coração.

Só cá está há dois dias... mas já entrou no coração e se aninhou lá.

Ninguém diga que está ou se pode ir preparando para a perda de alguém.
Nunca estaremos preparados. Ainda que acredite que quem parte não nos abandona, pelo contrário estará sempre connosco, talvez até bem mais próximo...
A ausência física, o toque terno de pele com pele, a troca de olhares e de sorrisos... das gargalhadas genuínas...fazem-nos falta.




Bom domingo




4 comentários:

Dragão Azul disse...

A mim já me aconteceu uma coisa parecido com o meu cão, depois de o procurar pela visinhamça toda e pela casa toda ele saiu-me de dentro do guarda vestidos a espreguiçar-se como se nada se passa-se, ....dassse quase que me dava um ataque nesse dia.
Bom Domingo.

cris disse...

Eheheheh dragão... é um suplício... são terríveis. Acho que lhes vou ter que pôr uns sininhos ao pescoço. Hão-de parecer renas de Pai Natal, para aprenderem.

bom resto de domingo

Anónimo disse...

Ehehehehe...até eu já tava aflita credo!
Ainda bem que apareceu ;-)


Beijoca de boa semana!

A Sulista

cris disse...

eheheh Suli, vou comprar os sininhos assim que puder e ainda tou a pensar se não as devo pintar de verde alface, para saber onde andam.


Bj e boa semana