O rio

O rio

sexta-feira, junho 01, 2007

Falta acordarmos para tanta coisa...

Corríamos pela rua e subíamos às árvores, com a garra de quem sente a liberdade nos pés.
Se a mãe estava ocupada a vizinha vigiava.
O pão chegava para todos e os brinquedos escassos e reinventados davam para partilhar.
Cantávamos as lengalengas e fazíamos rodinhas. O elástico, a macaca, a cabara-cega, o aí vai aço (alho no sul).
As histórias corriam de boca em boca e sempre coloridas.
Fazíamos recados e sacaneavamos os bichos. Corríamos entre o milheiral para apanhar borboletas.
Hoje, vitimizamos crianças, enchendo-as de jogos que as ponham a marinar o pensamento e as silencie.
Ligamos a Tv e esperamos que se calem, comam e durmam.

- Prof. não sei mais que hei-de fazer. Ele não estuda, só quer PS2 e novelas. Ou wrestlings. Refila comigo e não consigo mudá-lo. Toma um telelé última geração. E hoje à noite comes sopa e salsichas ou hamburguer.
- Que fez o pai ao ver as notas?
- Fiquei sem tv, sem Ps2, sem poder ir à rua.
Não se sentou com ele, não lhe leu nem conversou. Ou bateu ou retirou coisas.

São estas as meninices de hoje. Sem colo, sem brincadeira, sem atenção, sem carinho.

2 comentários:

Dragão Azul disse...

We are the world
We are the children....

cris disse...

we really should make this world a better place, shouldn't we?