O rio

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segunda-feira, maio 28, 2007

Diário de uma tuaregue

Hoje, de manhã cedinho, depois de uma noite calma, porque o vento não abanou a tenda e os escorpiões não atacaram as cabras, levantei-me e tomei banho no regato que existe aqui ao pé.
Ontem, fartei-me de lavar as túnicas dos meus oito tuareguinhos. Tudo cheio de nódoas de tâmaras.
O meu esposo foi com duas das suas melheres à praça que há para os lados de uma terra chamada Al-mada, para comprar mais dois camelos. " -É, - diz ele,- para poder participar no próximo Lisboa - AlcocheteKar."
Já moí a farinha para fazer os pães e a seguir vou de camelo, à margem norte entregar umas cenas em papel, que certos srs. me deram para corrigir. A mim e a mais umas centenas de tuaregues. Fizemo-lo de graça porque não sabemos como ocupar o tempo. Assim como assim, sempre se rabisca. É melhor que ir apascentar as cabras.
Amanhã chegam uns primos de Islamabad. Dizem que vêm dar-nos aula de auto-defesa. Por mim, podiam ensinar-nos a fazer aquelas coisas engraçadas que depois brilham no ar cheias de cores. Ia vendê-las à outra margem, para comprar um tapete novo para a tenda.


Tuarega da margem sul

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