Eu tou mais crescida...mas escusam de pensar que melhorei, porque a lua é o meu destino. Um degrau, de cada vez, sempre. Porque baralho sempre e não tenho emenda... é escusado. Nem com choques eléctricos... Também só mesmo assim posso saborear, aprendendo a ser sábia com a ajuda doce das fadas e duendes que me conhecem e amparam. Grata a quem me quer bem. Mil beijos e abraços(º_º)
O rio
quinta-feira, outubro 09, 2014
quarta-feira, outubro 08, 2014
Tu nunca estarás sozinho
Dentro de mim há um mundo.
Não sinto a solidão com dor, ma com respeito
Nela viajo, entre névoas coloridas, pó de estrela e risos.
Viajo encavalitada na esperança e acredito que o amor me basta.
Brinco de espelho como numa feira popular a que não fui
troco piropos e rio
inebriada na magia de palavras leves e abraços curtos.
O corropio da vida aqui, cheia de desafios tortos, retorcidos
ensolavanca a caminhada e os pés doridos, cansados teimam em parar.
É nesse preciso momento que voo
Alto
Estendo asas qual condor
espiolho à volta, olhando para dentro.
Não vejo os outros, vejo-me a mim,
filha do tempo, do vento e do mar
de um espaço sem margens, difuso e leve,
da saudade e dos abraços, da risada cheia e larga.
Sou a pressa e a calma numa mistura complexa,
entre o medo e a coragem,
a força e a fragilidade de mulher cansada
o desejo de vencer-me a mim e albergar no coração apenas memórias doces, completas
de cavaleiros andantes, de espada embainhada,
de fadas etereas que rodopiam cheias de Luz e humildade.
Não estarás nunca só, porque por muito longe que eu vá,
por muito tempo que me demore,
por muito silenciosa que esteja, guardo-te em mim,
peço por ti
e sempre te hei-de amar na eternidade de almas que todos somos.
Não sinto a solidão com dor, ma com respeito
Nela viajo, entre névoas coloridas, pó de estrela e risos.
Viajo encavalitada na esperança e acredito que o amor me basta.
Brinco de espelho como numa feira popular a que não fui
troco piropos e rio
inebriada na magia de palavras leves e abraços curtos.
O corropio da vida aqui, cheia de desafios tortos, retorcidos
ensolavanca a caminhada e os pés doridos, cansados teimam em parar.
É nesse preciso momento que voo
Alto
Estendo asas qual condor
espiolho à volta, olhando para dentro.
Não vejo os outros, vejo-me a mim,
filha do tempo, do vento e do mar
de um espaço sem margens, difuso e leve,
da saudade e dos abraços, da risada cheia e larga.
Sou a pressa e a calma numa mistura complexa,
entre o medo e a coragem,
a força e a fragilidade de mulher cansada
o desejo de vencer-me a mim e albergar no coração apenas memórias doces, completas
de cavaleiros andantes, de espada embainhada,
de fadas etereas que rodopiam cheias de Luz e humildade.
Não estarás nunca só, porque por muito longe que eu vá,
por muito tempo que me demore,
por muito silenciosa que esteja, guardo-te em mim,
peço por ti
e sempre te hei-de amar na eternidade de almas que todos somos.
segunda-feira, setembro 08, 2014
Toca a alma... toca a alma
"- Touch the soul! - He said, - touch the soul. Their soul, only the soul and keep on going through the Universe.
E eu que não havia compreendido o propósito chorava amargamente tudo o que ficava por dizer ou por fazer. A viagem ao hemisfério sul para amar e abraçar, a corrida ao Oriente para proteger e ajudar, ao sul de Itália, ao norte de África e aos States... chorei amargamente separações inéditas e incríveis sem perceber que o plano era apenas um. Só um. Simples e muitíssimo maior: tocar a alma.
Não percebi na altura como era grandioso tocar a alma de alguém e sentir a nossa tocada. Não que não a sentisse mas o propósito não era entendível... faltavam-me conhecimentos. Entendimento.
- Touch the soul/ Toca a alma. E ao tocá-las sou tocada também e uma energia doce, indefinivelmente maior, mais intensa, transbordante e magnífica toma conta e satisfaz de forma que não precisarei nunca de deslocar corpos. Estou em ti e tu em mim, agora e para sempre.
Hoje toco a alma e viajo, livre. sei que não há pertença porque pertenço a todos e a ninguém, sou parte de toda a matéria e matéria nenhuma porque a Luz é quem dita o que sou hoje, podendo não ser o mesmo amanhã.
A certeza mais enraizada que possuo cá dentro e para lá de mim é que os anjos me seguram, me amparam e me ditam que sou maior e melhor do que o invólucro e os "évènements" desta viagem tresloucada num planeta magnífico.
"Sou forte quando estou nos teus ombros, Senhor!"
Cris 08 de setembro de 2014
http://img1.topimagens.com/ti/fadas/fadas_048.jpg
http://escolovar.org/fada.oriana_espelho.aguas.gif
E eu que não havia compreendido o propósito chorava amargamente tudo o que ficava por dizer ou por fazer. A viagem ao hemisfério sul para amar e abraçar, a corrida ao Oriente para proteger e ajudar, ao sul de Itália, ao norte de África e aos States... chorei amargamente separações inéditas e incríveis sem perceber que o plano era apenas um. Só um. Simples e muitíssimo maior: tocar a alma.
Não percebi na altura como era grandioso tocar a alma de alguém e sentir a nossa tocada. Não que não a sentisse mas o propósito não era entendível... faltavam-me conhecimentos. Entendimento.
- Touch the soul/ Toca a alma. E ao tocá-las sou tocada também e uma energia doce, indefinivelmente maior, mais intensa, transbordante e magnífica toma conta e satisfaz de forma que não precisarei nunca de deslocar corpos. Estou em ti e tu em mim, agora e para sempre.
Hoje toco a alma e viajo, livre. sei que não há pertença porque pertenço a todos e a ninguém, sou parte de toda a matéria e matéria nenhuma porque a Luz é quem dita o que sou hoje, podendo não ser o mesmo amanhã.
A certeza mais enraizada que possuo cá dentro e para lá de mim é que os anjos me seguram, me amparam e me ditam que sou maior e melhor do que o invólucro e os "évènements" desta viagem tresloucada num planeta magnífico.
"Sou forte quando estou nos teus ombros, Senhor!"
Cris 08 de setembro de 2014
http://img1.topimagens.com/ti/fadas/fadas_048.jpg
http://escolovar.org/fada.oriana_espelho.aguas.gif
quinta-feira, agosto 21, 2014
Maria Bethânia - Olhos nos Olhos
Homem que escreve esta canção é um homem completo, claro! Só podia!
Maria Bethânia - Reconvexo
Um trio único de doçura e sabedoria...
Que o Amor cubra o Mundo Inteiro e encha os corações de todos os seres vivos Hoje e sempre.
quarta-feira, agosto 20, 2014
Viajantes do tempo
"Quem pode dizer para onde vai a estrada
Para onde escorre o dia, só o tempo
E quem pode dizer se o teu amor que o teu coração escolheu, cresce
só o tempo"
"Who can say where the road goes
Where the day flows, only time
And who can say if your love grows
As your heart chose, only time"
Enya
No ardor constante de sabermos o que vem a seguir não saboreamos o agora. Sedentos de mais e curiosos, pior que gatos, esperamos melhor a cada dia, sem nos darmos conta do bom que somos e que temos agora. Laivos de sorte, risos pontilhados no tempo, uma cama, mesa, teto e comida. Outros há que nesta hora fogem e se escondem do medo e da morte que teima em chegar mais cedo junto deles, com um bilhete assinado por outros que nem sei bem quem são nem por que razão optam pela violência e crueldade. Temos tudo para sermos felizes mais um dia...
Um dia, diremos de forma diferente, com a mesma nostalgia de sempre, a que o ser humano já se habituou mas teima em não mudar:
- Tivemos tudo para sermos felizes...
Ninguém nos pode dizer para onde vai a estrada da vida, mas sabemos que a empedramos nós, com escolhas nossas, feitas à pressa e irreflectidas, por vezes, mas noutras bem pensadas, depois de aprendermos algo novo... cada retalho das nossas vidas não é mais do que o manto que nos envolverá na partida para a Luz... não haverá malas... só a saudade de casa, a segurança e a noção de que tudo se encaixa, perfeito... por agora, vivemos de tentativas e erros, sem nos lembrarmos de quem fomos, meros tolos, como cães atrás do próprio rabo...
Viajamos num tempo que não existe, somos partes de um nada que é tudo, de milhares de galáxias, de luzes de seres e achamo-nos sempre ou mais ou menos do que realmente somos: a centelha divina... o tempo dirá, quanto fomos e quanto somos nesta passagem a que chamamos vida.
Um beijo cheio de ternura na tua alma, mana!
Para onde escorre o dia, só o tempo
E quem pode dizer se o teu amor que o teu coração escolheu, cresce
só o tempo"
"Who can say where the road goes
Where the day flows, only time
And who can say if your love grows
As your heart chose, only time"
Enya
No ardor constante de sabermos o que vem a seguir não saboreamos o agora. Sedentos de mais e curiosos, pior que gatos, esperamos melhor a cada dia, sem nos darmos conta do bom que somos e que temos agora. Laivos de sorte, risos pontilhados no tempo, uma cama, mesa, teto e comida. Outros há que nesta hora fogem e se escondem do medo e da morte que teima em chegar mais cedo junto deles, com um bilhete assinado por outros que nem sei bem quem são nem por que razão optam pela violência e crueldade. Temos tudo para sermos felizes mais um dia...
Um dia, diremos de forma diferente, com a mesma nostalgia de sempre, a que o ser humano já se habituou mas teima em não mudar:
- Tivemos tudo para sermos felizes...
Ninguém nos pode dizer para onde vai a estrada da vida, mas sabemos que a empedramos nós, com escolhas nossas, feitas à pressa e irreflectidas, por vezes, mas noutras bem pensadas, depois de aprendermos algo novo... cada retalho das nossas vidas não é mais do que o manto que nos envolverá na partida para a Luz... não haverá malas... só a saudade de casa, a segurança e a noção de que tudo se encaixa, perfeito... por agora, vivemos de tentativas e erros, sem nos lembrarmos de quem fomos, meros tolos, como cães atrás do próprio rabo...
Viajamos num tempo que não existe, somos partes de um nada que é tudo, de milhares de galáxias, de luzes de seres e achamo-nos sempre ou mais ou menos do que realmente somos: a centelha divina... o tempo dirá, quanto fomos e quanto somos nesta passagem a que chamamos vida.
Um beijo cheio de ternura na tua alma, mana!
Most beautiful pan flute music - El condor pasa
Hoje relembrei que sou de Deus. Precisava de aquietar a alma e escutei duas músicas. Uma delas, esta. Leva-me a lugares onde talvez tenha vivido noutra vida... na floresta. O local da tranquilidade, jardim de Deus. Sinto-me em casa com este som, quando cheiro a salva brava a queimar... vejo-me de vestes castanhas, descalça, à procura de ervas que curam...
Tanto que se perde da sabedoria antiga, no corre corre de hoje. Os nomes das plantas, os seus benefícios e perigos... a forma simples e verdadeira de se ser, num planeta que pede tanto, tanto para que o respeitemos. Hoje desejo que a Luz e o Amor entrelacem as fadas que na minha vida entraram ao longo do tempo. Quero que a energia boa as preencha e cure, lhes dê a força e a coragem para ultrapassarem todos os desafios.
No meu silêncio eu estou em cada uma de vós. Em cada amigo em cada ser de Luz.
sexta-feira, agosto 15, 2014
Hoje... porque o mundo é pequeno demais para nós.
Às amigas que de longe sei estarem em mim, aos amigos que permanecem juntos em alma, quero deixar abraços e sorrisos. O meu silêncio é sossegado. Apesar de não dizer, sinto-vos e estou com cada um junto ao colo. Somos todos luz, brilhamos juntos sem empecilhar caminhos uns dos outros. Por tudo isso eu estou grata a vós. Por me aceitarem no silêncio e no sossego e saberem que estou aqui mesmo quando não digo nada. Sinto e peço, oro e desejo a Luz em cada um, com doçura. Muita doçura.
domingo, agosto 10, 2014
From India with Love
Da India, com amor.
Excelente no fabrico e belo na cor, o lenço fabricado para realçar a beleza diária de cada um de nós. Para ver e comprar aqui Luciavogue.com ou no ebay, entre outros sites.
Excelente no fabrico e belo na cor, o lenço fabricado para realçar a beleza diária de cada um de nós. Para ver e comprar aqui Luciavogue.com ou no ebay, entre outros sites.
quinta-feira, julho 31, 2014
I am the man who will fight for your Honor!
Ao ouvir esta canção o passado veio num flash e senti a nostalgia e como o tempo passou sem nada de espectacular ter acontecido. A Vida corre depressa demais sem que nos demos conta de como é importante viver.
sexta-feira, julho 04, 2014
A vida é um fio que foge de uma tesoura cega
Quando eu morrer, os sinos tocarão a rebate.
Os sinos tocam sempre, quando alguém parte.
Será a rebate, sem parar, em aflição.
Ela partiu.
E nesse dia, talvez alguns amigos apareçam para se despedir daquela forma desesperada,
esquecendo os momentos em que eu não brilhei e relembrando apenas os bons.
Quando eu morrer, o mundo vai sentir a leveza.
A leveza de mais uma alma que parte.
E poderei, finalmente olhar para trás, ler a história de uma vida de faz de conta, em que as intenções foram sempre bem desenhadas, mas ficaram nesse plano, sem saírem, amarradas por finas e transparentes fitas de medos, de críticas violentas de mim mesma.
Quando eu morrer, serei como a andorinha, mas mais patética, ainda que me tenham permitido estar aqui por muito mais tempo que ela.
A vida é um fio pendurado que uma tesoura cega corta quando ninguém espera.
Nos dias mornos a seguir, haverá ainda quem chore e sinta a dor de forma pontiaguda que nos espeta o peito.
Mas o tempo, esse ser sem corpo, leva as ausências e a saudade fica atordoada.
Entrarão todos no rame-rame da vida e seguirão correndo como eu corri, sem saber bem para onde, porquê nem para quê?
Quando eu morrer quero que riam, que se amem e se abracem e digam:
- Ela está cá sempre, porque é pior que carraça e ama. Gosta de nós ainda que o seu silêncio seja mais forte.
Quero que recordem a mulher que esperou da vida o equilíbrio.
Que se atordoava com a dor dos outros e se perguntou até ao fim, por que razão o ser humano magoa tanto os semelhantes e mata e maltrata animais, crianças e velhos, os mais indefesos.
Quando eu morrer, despeçam-se com um até já, porque vos esperarei, numa sala imensa, cheia de copos e música,
para rirmos desta realidade aparente que nos leva a crer e a fazer o inconcebível.
Os sinos tocam sempre, quando alguém parte.
Será a rebate, sem parar, em aflição.
Ela partiu.
E nesse dia, talvez alguns amigos apareçam para se despedir daquela forma desesperada,
esquecendo os momentos em que eu não brilhei e relembrando apenas os bons.
Quando eu morrer, o mundo vai sentir a leveza.
A leveza de mais uma alma que parte.
E poderei, finalmente olhar para trás, ler a história de uma vida de faz de conta, em que as intenções foram sempre bem desenhadas, mas ficaram nesse plano, sem saírem, amarradas por finas e transparentes fitas de medos, de críticas violentas de mim mesma.
Quando eu morrer, serei como a andorinha, mas mais patética, ainda que me tenham permitido estar aqui por muito mais tempo que ela.
A vida é um fio pendurado que uma tesoura cega corta quando ninguém espera.
Nos dias mornos a seguir, haverá ainda quem chore e sinta a dor de forma pontiaguda que nos espeta o peito.
Mas o tempo, esse ser sem corpo, leva as ausências e a saudade fica atordoada.
Entrarão todos no rame-rame da vida e seguirão correndo como eu corri, sem saber bem para onde, porquê nem para quê?
Quando eu morrer quero que riam, que se amem e se abracem e digam:
- Ela está cá sempre, porque é pior que carraça e ama. Gosta de nós ainda que o seu silêncio seja mais forte.
Quero que recordem a mulher que esperou da vida o equilíbrio.
Que se atordoava com a dor dos outros e se perguntou até ao fim, por que razão o ser humano magoa tanto os semelhantes e mata e maltrata animais, crianças e velhos, os mais indefesos.
Quando eu morrer, despeçam-se com um até já, porque vos esperarei, numa sala imensa, cheia de copos e música,
para rirmos desta realidade aparente que nos leva a crer e a fazer o inconcebível.
quarta-feira, junho 25, 2014
Insustentabilidade de Ser-se na Terra
Há dias em que apetece bater com a porta. Sair sem mala, sem nada. Ir. Apenas para não ter que olhar de frente a mágoa. Quando nos dizem, vezes sem conta, que o mundo é uma selva, não queremos ver. Achei sempre que as pessoas eram boas. À partida somos todos bons... mas afinal, há momentos em que as asas se me páram e acabo por aterrar em locais bem movediços. Tenho cada vez mais cansaço na vida. Há vidas piores. Mas entristece tanto perceber a mesquinhez, a velhacaria, o sórdido daquele que não faz nem metade e se prontifica a sacanear quem se desdobra anos a fio... somos um povo muito medíocre. nunca valorizamos o que é bem feito, sem o fazermos com inveja. E aos que falham por desconhecimento, pisamos (falo de alunos). Nunca damos a mão à palmatória se erramos. Vivemos em constantes desprestígios e a empoar, embandeirar, sorrir e acenar, para o flash... vivemos de faitdivers e num comensalismo humano.
Se de um lado e combate a tortura, do outro estimula-se a competitividade. Se de um lado se combate a guerra, do outro alimentamo-la.... que raio de vontade dá viver aqui?
Se de um lado e combate a tortura, do outro estimula-se a competitividade. Se de um lado se combate a guerra, do outro alimentamo-la.... que raio de vontade dá viver aqui?
sábado, junho 14, 2014
Amnesty International : Signatures
Torna-te membro da Amnistia Internacional no teu país. Assina as petições e ajuda a libertar pessoas em todo o mundo. A AI foi criada nos anos sessenta do século vinte por um inglês que tomou conhecimento da ditadura em Portugal com a notícia de dois estudantes presos por terem gritado "Viva a Liberdade!".
A Amnistia Internacional possibilita que enviemos cartas e emails dirigidas a líderes dos países onde alguém está em risco de morte ou a ser maltratado. Vê aqui: http://www.amnistia-internacional.pt/
Exaustão da vida
Este texto é redigido de acordo com a minha vontade e completa rejeição do Acordo Ortográfico em vigor, que nos tira identidade.
Colocar na mesa o pequeno almoço da família, preparar o almoço ao longo da manhã, limpar a casa, (o pó o chão, as janelas), para costurar de tarde, ou bordar ou tricotar paninhos de linha número vinte, com agulha de crochet, que depois farão parte do enxoval de filhas, prendas para o Natal, ou então para colocar nos móveis. Lembro-me de ver nos braços e costas de sofás e mesmo em cima de TV, uns quantos, em famílias emigradas em países da Europa.... Ah a Europa... mas não vou por aqui...
Preparam o jantar com a saudade diária, dos que saíram pela manhã, e reservam para os mais pequenos e para os maridos a melhor parte do repasto... a abnegação das mulheres...
A capacidade de gratidão de alguns seres humanos é linda. Engrandece, quando vemos que ficam gratas as pessoas que recebem algo e as preenche aquilo que para outras é básico e quase imperceptível.
São esteio da família e nem se apercebem... quantas vezes intoxicadas pelo desprezo dos que lhes disseram e dizem: "Não sabes, não prestas, não és como as outras..." duvidam de si mesmas com a inocência pueril e assim seguem, crendo que é cruz a carregar. O tal do destino.
Conheci uma senhora com setenta e cinco anos. Enviuvou aos quarenta e ficou com cinco filhos para criar. Tem o jeito de um duende. Baixinha, corada, simples, graciosa. Um livro vivo. Fala com as plantas e nela não há conflitos. A vida é esta e aqui vive. Partilha o que é e o que tem. Aos cinco anos começou a plantar batatas com o pai. Assim se fez o ser belo que é. Sabe o nome de cada planta decor. Quando se deve plantar e como regar. Que pragas evitar e como fazer brotar mais cedo o que se mostrar preguiçoso na terra. As dores, impregnadas até aos ossos, estão lá. Mas o reconhecimento diário de que é feliz fazendo o que gosta e é livre no meio da Natureza dá-lhe o alento. Criou os filhos com tanto amor que se vê e sente o laço que os envolve.
Esta sabedoria faz-me falta. Correr de lado para lado, com a necessidade de solucionar problemas de outros deixa um grau de exaustão tal que me esqueço na mesma de mim. E a cada dia que passa, olho em volta e vejo o desespero de cada um a transformar-se em instabilidade, em insanidade, em loucura pura. Corremos para um abismo e sabemos disso... de repente apetece-me ser a mulher mexicana que vem para os Estados Unidos. Sem saber que numa ilha do pacífico morrem gaivotas por culpa do ser humano. sem saber que na Colômbia se prende gente por pensar diferente e ser ativista de Direitos Humanos, sem saber que no Quatar morrem emigrantes que ficam reféns dos empregadores sem visto para sair do país.. sem saber que a escravatura existe, velada, legislada por políticos de todo o mundo Que há crianças escravas, abusadas, raptadas... Ainda há muita coisa a melhorar em cada um de nós.... muita coisa...
sábado, junho 07, 2014
Ortografia dolorosa
Acabei de entrar no blog e fiquei em estado... de choque. E-ma-gre-cer não tem cedilha.... Declaro que o retângulo lateral direito na cor rosa não é da minha autoria... Valha-me santo Agapito (e que me desculpe recorrer a ele e não a outro)... parece que a cada dia que passa, a economia piora e a grafia também. E acompanha a primeira com uma velocidade supersónica. Não basta o belo do acordo desortográfico... tenho que levar com assassinatos da língua a todo o instante. Tenho vontade de mudar de planeta.
quinta-feira, junho 05, 2014
No fio dos dias...
A vida levada a correr, mal permite que respire, que descanse, que me encontre... à volta vejo loucura. Muita loucura... do nada se atravessa alguém na estrada, ou discutem sem razão... porque a discussão não é razoável...
À medida que o tempo passa, a informação aumenta e as solicitações vêm de tanto lado, que pareço um polvo a rodopiar cheia de papéis para distribuir... parece que sinto o abismo chegar perto... o cérebro transformou-se numa papa grossa, viscosa, e as conversas e as ideias entaramelam-se umas nas outras...
Acho que o caos se instala depressa demais, nos dias de hoje...
Sempre achei que o filme E tudo o Vento Levou seria parecido com a minha história de vida. Mais o contrário... a minha vida seria um repositório de cenas vibrantes. Amor, muito amor, desorientado, despedidas e brigas que terminavam em beijos e na rendição sublime... depois perguntava-me se aquilo que via não era uma submissão doente... uma fragilidade dependente... e a vida seguiu...
Anteontem revi o filme... não o da minha vida, porque esse é desinteressante q.b. Vi o outro... o da dor e da jovialidade, da intriga e da miséria, do sublime e da arrogância, da bondade e do egoísmo... ri e chorei de novo.
Nunca briguei. O filme não é em nada parecido... poderia elencar uma interminável lista de diferenças, mas nem merece a pena... não tenho aquele vestido longo, a genica e fúria da Scarlet e se Rhet me aparecesse pela frente, o mais provável era mudar de passeio e evitar o seu olhar e palavras desconcertantes. Admirei a personagem com ar de anjo, que muito superior se relacionava com as situações desagradáveis apenas com palavras de amor e de aceitação:a doce esposa de Ashley, miss Melanie. E Scarlet é obrigada a crescer e conhecer a realidade tão dura dos homens e das armas, da fome e do medo...
À medida que o tempo passa, a informação aumenta e as solicitações vêm de tanto lado, que pareço um polvo a rodopiar cheia de papéis para distribuir... parece que sinto o abismo chegar perto... o cérebro transformou-se numa papa grossa, viscosa, e as conversas e as ideias entaramelam-se umas nas outras...
Acho que o caos se instala depressa demais, nos dias de hoje...
Sempre achei que o filme E tudo o Vento Levou seria parecido com a minha história de vida. Mais o contrário... a minha vida seria um repositório de cenas vibrantes. Amor, muito amor, desorientado, despedidas e brigas que terminavam em beijos e na rendição sublime... depois perguntava-me se aquilo que via não era uma submissão doente... uma fragilidade dependente... e a vida seguiu...
Anteontem revi o filme... não o da minha vida, porque esse é desinteressante q.b. Vi o outro... o da dor e da jovialidade, da intriga e da miséria, do sublime e da arrogância, da bondade e do egoísmo... ri e chorei de novo.
Nunca briguei. O filme não é em nada parecido... poderia elencar uma interminável lista de diferenças, mas nem merece a pena... não tenho aquele vestido longo, a genica e fúria da Scarlet e se Rhet me aparecesse pela frente, o mais provável era mudar de passeio e evitar o seu olhar e palavras desconcertantes. Admirei a personagem com ar de anjo, que muito superior se relacionava com as situações desagradáveis apenas com palavras de amor e de aceitação:a doce esposa de Ashley, miss Melanie. E Scarlet é obrigada a crescer e conhecer a realidade tão dura dos homens e das armas, da fome e do medo...
sábado, maio 31, 2014
Viajante de nenhum lugar
Sou fugaz como a brisa quente de um dia de verão
Passeio suave e leve
a salpicar o ar e as fontes
as flores e as ervas
os montes e as árvores
Viajante de lugar nenhum
sem poiso fixo
sem laços nem apegos
Apenas abraços
muitos
ternos e demorados
E ergo no ar a alma lavada e livre
branca e azul
que voa
em círculos de eterno agradecimento
Sou maior, acrescentei
amei
30-05-2014
Passeio suave e leve
a salpicar o ar e as fontes
as flores e as ervas
os montes e as árvores
Viajante de lugar nenhum
sem poiso fixo
sem laços nem apegos
Apenas abraços
muitos
ternos e demorados
E ergo no ar a alma lavada e livre
branca e azul
que voa
em círculos de eterno agradecimento
Sou maior, acrescentei
amei
30-05-2014
Medos
Medos que contraem
medos que sufocam
medos que encerram
o murmúrio das palavras que te queria dizer
Não gosto
Não quero
Prefiro assim
Deixa-me estar
Medo de magoar
medo de entristecer
medo de de ouvir o não
Não posso
não consigo
Prefiro assim
o silêncio, a paz, a busca do equilíbrio... o meu eu e o meu espaço...
medos que sufocam
medos que encerram
o murmúrio das palavras que te queria dizer
Não gosto
Não quero
Prefiro assim
Deixa-me estar
Medo de magoar
medo de entristecer
medo de de ouvir o não
Não posso
não consigo
Prefiro assim
o silêncio, a paz, a busca do equilíbrio... o meu eu e o meu espaço...
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