A vida levada a correr, mal permite que respire, que descanse, que me encontre... à volta vejo loucura. Muita loucura... do nada se atravessa alguém na estrada, ou discutem sem razão... porque a discussão não é razoável...
À medida que o tempo passa, a informação aumenta e as solicitações vêm de tanto lado, que pareço um polvo a rodopiar cheia de papéis para distribuir... parece que sinto o abismo chegar perto... o cérebro transformou-se numa papa grossa, viscosa, e as conversas e as ideias entaramelam-se umas nas outras...
Acho que o caos se instala depressa demais, nos dias de hoje...
Sempre achei que o filme E tudo o Vento Levou seria parecido com a minha história de vida. Mais o contrário... a minha vida seria um repositório de cenas vibrantes. Amor, muito amor, desorientado, despedidas e brigas que terminavam em beijos e na rendição sublime... depois perguntava-me se aquilo que via não era uma submissão doente... uma fragilidade dependente... e a vida seguiu...
Anteontem revi o filme... não o da minha vida, porque esse é desinteressante q.b. Vi o outro... o da dor e da jovialidade, da intriga e da miséria, do sublime e da arrogância, da bondade e do egoísmo... ri e chorei de novo.
Nunca briguei. O filme não é em nada parecido... poderia elencar uma interminável lista de diferenças, mas nem merece a pena... não tenho aquele vestido longo, a genica e fúria da Scarlet e se Rhet me aparecesse pela frente, o mais provável era mudar de passeio e evitar o seu olhar e palavras desconcertantes. Admirei a personagem com ar de anjo, que muito superior se relacionava com as situações desagradáveis apenas com palavras de amor e de aceitação:a doce esposa de Ashley, miss Melanie. E Scarlet é obrigada a crescer e conhecer a realidade tão dura dos homens e das armas, da fome e do medo...
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