O sótão de qualquer sítio sempre foi para mim lugar de fascínio. Há recuerdos que avivam feridas, mas sobretudo, vem a nostalgia de momentos únicos de partilha e alegria.
Ontem foi dia de arrumação de vida. Comecei isto há pouco, mas espero não perder nem as forças, nem a perseverança. Admiro uma das minhas irmãs. Quando toca a limpeza e arrumação, fecha os olhos e cá-vai-disto-que-amanhã-não-há. Eu não sou assim. É difícil. Saio à minha mãe. Cada objecto tem uma história para contar. O cómico disto é juntarmo-nos aos pares e a nina ser pior que eu e gostar de guardar... papéis, para além de tudo quanto é brinquedo. À traição, e com a ajuda dos cães que roem um ou outro bonequito, lá vou desembaraçando o sítio...
Ontem, depois de muito lixo deitado fora, sobraram caixinha pequenas que guardavam pequenos bibelots antigos entre outras coisas.
Então, o meu Tesourinho, com a curiosidade que lhe saltava dos poros, foi abrindo caixa a caixa e, por entre Oh's!!!! e Ah's!!!! lá foi fazendo mil perguntas, querendo saber donde vinha tanta coisa. Pasme-se... havia mobílias em miniaturas, do tempo em que eu, eterna sonhadora e desejosa de viver na Terra do Nunca para sempre, longe da maldade humana, pensava poder fugir para Lilliput e aí ficar guardada ou protegida. Pois foram essas miniaturas, 'dos chineses', claro está, que mais a fascinaram.