De cada vez que a viagem se me impõe como incontornável, os arrepios na espinha regressa. Já não suo das mãos, nem tremelico. Mas os suores, pronto. E não é menopausa.
Despachei-me para lá com duas horas de antecedência. De carro, porque tenho uma incrível tendência para me perder... de metro. E lá fomos as duas beldades, eu mais a nina, a caminho da capetal.
Chegadas ao Campo grande, eis que há que fazer escolhas. Ao invés de levar mapa, levei lista de nome de ruas, tiradinha de fresco do Google. Uma pessegada, porque nas esquinas, nem sempre havia placa toponímica. Bem me lixei. à porta de uma universidade (acho eu que era) com putos a prachar putos, lá pedi ajuda a três joves que me indicaram que se eu fosse a direito chegaria lá.
Agradeci e desejei bom ano.... quem sabe se não virão a ser colegas... ou médicos lol...
Mais a baixo encontrei um polícia. Afiançou-me que se seguisse em frente encontraria a rotunda e que era fácil fácil. Que seguiria em frente. Toca o telelé. Da escola... ai e tal... a biblioteca está fechada mas há gente que quer ir e tal... com a conversa, baralhei as ruas e deato a praguejar. Em plena Lisboa, consegui maneira de fazer inversão de marcha. um feito quase único...
Encontrei a rotunda e lá marchei a partir dali.. destino Saldanha. Passo em frente ao consultório para onde queria ir e nem luz de sinal para estacionar. Buraquito que houvesse tinha logo carro lá., circundei, voltei a subir e meti por transeversais. Fui parar à embaixada da Rússia. Nada mal... até marchava uma caipirosca. Com vodka, ná... pois...
decidida a não baixar os braços, ams cheinha de calor, encontrei um lugar para estacionar e pensei de mim para que mim, fica já aqui e faço o caminho a pé.
Ó loucura das loucuras. Com tanto corta e encurta estava baralhada na direcção e ao invés de ir em direcção à praça do destino, levei a direcção oposta. Perguntei a uma senhora que me disse que veio de fora e que isto estava tudo mudado.
A velhota ao lado mandou-me apanhar o 12 ou o 34... e eu cheia de vontade de rir. Vem um estudante que me manda andar para trás. Fazer o caminho inverso e que a direcção era a melhor... a teoria dos primeiros estudantes, tinha acabado de cair por terra:
- é melhor perguntar aos mais velhos que eles sabem tudo.
Apanhar autocarros???????? a meia dúzia de metros do destino?????? Eu sou do norte... ando a pé, for craiste seike...
Marchámos as duas. Passo acelerado, que o tempo estava a encurtar para a consulta.
A nina sismava que eu tinha que falar baixo e não gargalhar. Mas eu não sei rir sem gargalhada. E as pessoas não sorriam. Era tudo sério... triste... terrifico... eu espalhei sorrisos, não quis saber.
Chegámos ao consultório e cumprimentei as senhoras com um simpático :
- Boa tarde!
Ninguém respondeu... moucas do caraças... e prontos... consegui fazer a viagem de regresso em plena hora de ponta sem levar apitadelas. Antes de estacionar, porém, uns 3 ou 4 atreveram-se e levaram com o pior de mim para aprenderem a ser civilizados. No meu norte não é assim, possa!
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