Há dias em que apetece bater com a porta. Sair sem mala, sem nada. Ir. Apenas para não ter que olhar de frente a mágoa. Quando nos dizem, vezes sem conta, que o mundo é uma selva, não queremos ver. Achei sempre que as pessoas eram boas. À partida somos todos bons... mas afinal, há momentos em que as asas se me páram e acabo por aterrar em locais bem movediços. Tenho cada vez mais cansaço na vida. Há vidas piores. Mas entristece tanto perceber a mesquinhez, a velhacaria, o sórdido daquele que não faz nem metade e se prontifica a sacanear quem se desdobra anos a fio... somos um povo muito medíocre. nunca valorizamos o que é bem feito, sem o fazermos com inveja. E aos que falham por desconhecimento, pisamos (falo de alunos). Nunca damos a mão à palmatória se erramos. Vivemos em constantes desprestígios e a empoar, embandeirar, sorrir e acenar, para o flash... vivemos de faitdivers e num comensalismo humano.
Se de um lado e combate a tortura, do outro estimula-se a competitividade. Se de um lado se combate a guerra, do outro alimentamo-la.... que raio de vontade dá viver aqui?
Eu tou mais crescida...mas escusam de pensar que melhorei, porque a lua é o meu destino. Um degrau, de cada vez, sempre. Porque baralho sempre e não tenho emenda... é escusado. Nem com choques eléctricos... Também só mesmo assim posso saborear, aprendendo a ser sábia com a ajuda doce das fadas e duendes que me conhecem e amparam. Grata a quem me quer bem. Mil beijos e abraços(º_º)
O rio
quarta-feira, junho 25, 2014
sábado, junho 14, 2014
Amnesty International : Signatures
Torna-te membro da Amnistia Internacional no teu país. Assina as petições e ajuda a libertar pessoas em todo o mundo. A AI foi criada nos anos sessenta do século vinte por um inglês que tomou conhecimento da ditadura em Portugal com a notícia de dois estudantes presos por terem gritado "Viva a Liberdade!".
A Amnistia Internacional possibilita que enviemos cartas e emails dirigidas a líderes dos países onde alguém está em risco de morte ou a ser maltratado. Vê aqui: http://www.amnistia-internacional.pt/
Exaustão da vida
Este texto é redigido de acordo com a minha vontade e completa rejeição do Acordo Ortográfico em vigor, que nos tira identidade.
Colocar na mesa o pequeno almoço da família, preparar o almoço ao longo da manhã, limpar a casa, (o pó o chão, as janelas), para costurar de tarde, ou bordar ou tricotar paninhos de linha número vinte, com agulha de crochet, que depois farão parte do enxoval de filhas, prendas para o Natal, ou então para colocar nos móveis. Lembro-me de ver nos braços e costas de sofás e mesmo em cima de TV, uns quantos, em famílias emigradas em países da Europa.... Ah a Europa... mas não vou por aqui...
Preparam o jantar com a saudade diária, dos que saíram pela manhã, e reservam para os mais pequenos e para os maridos a melhor parte do repasto... a abnegação das mulheres...
A capacidade de gratidão de alguns seres humanos é linda. Engrandece, quando vemos que ficam gratas as pessoas que recebem algo e as preenche aquilo que para outras é básico e quase imperceptível.
São esteio da família e nem se apercebem... quantas vezes intoxicadas pelo desprezo dos que lhes disseram e dizem: "Não sabes, não prestas, não és como as outras..." duvidam de si mesmas com a inocência pueril e assim seguem, crendo que é cruz a carregar. O tal do destino.
Conheci uma senhora com setenta e cinco anos. Enviuvou aos quarenta e ficou com cinco filhos para criar. Tem o jeito de um duende. Baixinha, corada, simples, graciosa. Um livro vivo. Fala com as plantas e nela não há conflitos. A vida é esta e aqui vive. Partilha o que é e o que tem. Aos cinco anos começou a plantar batatas com o pai. Assim se fez o ser belo que é. Sabe o nome de cada planta decor. Quando se deve plantar e como regar. Que pragas evitar e como fazer brotar mais cedo o que se mostrar preguiçoso na terra. As dores, impregnadas até aos ossos, estão lá. Mas o reconhecimento diário de que é feliz fazendo o que gosta e é livre no meio da Natureza dá-lhe o alento. Criou os filhos com tanto amor que se vê e sente o laço que os envolve.
Esta sabedoria faz-me falta. Correr de lado para lado, com a necessidade de solucionar problemas de outros deixa um grau de exaustão tal que me esqueço na mesma de mim. E a cada dia que passa, olho em volta e vejo o desespero de cada um a transformar-se em instabilidade, em insanidade, em loucura pura. Corremos para um abismo e sabemos disso... de repente apetece-me ser a mulher mexicana que vem para os Estados Unidos. Sem saber que numa ilha do pacífico morrem gaivotas por culpa do ser humano. sem saber que na Colômbia se prende gente por pensar diferente e ser ativista de Direitos Humanos, sem saber que no Quatar morrem emigrantes que ficam reféns dos empregadores sem visto para sair do país.. sem saber que a escravatura existe, velada, legislada por políticos de todo o mundo Que há crianças escravas, abusadas, raptadas... Ainda há muita coisa a melhorar em cada um de nós.... muita coisa...
sábado, junho 07, 2014
Ortografia dolorosa
Acabei de entrar no blog e fiquei em estado... de choque. E-ma-gre-cer não tem cedilha.... Declaro que o retângulo lateral direito na cor rosa não é da minha autoria... Valha-me santo Agapito (e que me desculpe recorrer a ele e não a outro)... parece que a cada dia que passa, a economia piora e a grafia também. E acompanha a primeira com uma velocidade supersónica. Não basta o belo do acordo desortográfico... tenho que levar com assassinatos da língua a todo o instante. Tenho vontade de mudar de planeta.
quinta-feira, junho 05, 2014
No fio dos dias...
A vida levada a correr, mal permite que respire, que descanse, que me encontre... à volta vejo loucura. Muita loucura... do nada se atravessa alguém na estrada, ou discutem sem razão... porque a discussão não é razoável...
À medida que o tempo passa, a informação aumenta e as solicitações vêm de tanto lado, que pareço um polvo a rodopiar cheia de papéis para distribuir... parece que sinto o abismo chegar perto... o cérebro transformou-se numa papa grossa, viscosa, e as conversas e as ideias entaramelam-se umas nas outras...
Acho que o caos se instala depressa demais, nos dias de hoje...
Sempre achei que o filme E tudo o Vento Levou seria parecido com a minha história de vida. Mais o contrário... a minha vida seria um repositório de cenas vibrantes. Amor, muito amor, desorientado, despedidas e brigas que terminavam em beijos e na rendição sublime... depois perguntava-me se aquilo que via não era uma submissão doente... uma fragilidade dependente... e a vida seguiu...
Anteontem revi o filme... não o da minha vida, porque esse é desinteressante q.b. Vi o outro... o da dor e da jovialidade, da intriga e da miséria, do sublime e da arrogância, da bondade e do egoísmo... ri e chorei de novo.
Nunca briguei. O filme não é em nada parecido... poderia elencar uma interminável lista de diferenças, mas nem merece a pena... não tenho aquele vestido longo, a genica e fúria da Scarlet e se Rhet me aparecesse pela frente, o mais provável era mudar de passeio e evitar o seu olhar e palavras desconcertantes. Admirei a personagem com ar de anjo, que muito superior se relacionava com as situações desagradáveis apenas com palavras de amor e de aceitação:a doce esposa de Ashley, miss Melanie. E Scarlet é obrigada a crescer e conhecer a realidade tão dura dos homens e das armas, da fome e do medo...
À medida que o tempo passa, a informação aumenta e as solicitações vêm de tanto lado, que pareço um polvo a rodopiar cheia de papéis para distribuir... parece que sinto o abismo chegar perto... o cérebro transformou-se numa papa grossa, viscosa, e as conversas e as ideias entaramelam-se umas nas outras...
Acho que o caos se instala depressa demais, nos dias de hoje...
Sempre achei que o filme E tudo o Vento Levou seria parecido com a minha história de vida. Mais o contrário... a minha vida seria um repositório de cenas vibrantes. Amor, muito amor, desorientado, despedidas e brigas que terminavam em beijos e na rendição sublime... depois perguntava-me se aquilo que via não era uma submissão doente... uma fragilidade dependente... e a vida seguiu...
Anteontem revi o filme... não o da minha vida, porque esse é desinteressante q.b. Vi o outro... o da dor e da jovialidade, da intriga e da miséria, do sublime e da arrogância, da bondade e do egoísmo... ri e chorei de novo.
Nunca briguei. O filme não é em nada parecido... poderia elencar uma interminável lista de diferenças, mas nem merece a pena... não tenho aquele vestido longo, a genica e fúria da Scarlet e se Rhet me aparecesse pela frente, o mais provável era mudar de passeio e evitar o seu olhar e palavras desconcertantes. Admirei a personagem com ar de anjo, que muito superior se relacionava com as situações desagradáveis apenas com palavras de amor e de aceitação:a doce esposa de Ashley, miss Melanie. E Scarlet é obrigada a crescer e conhecer a realidade tão dura dos homens e das armas, da fome e do medo...
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