Pudesse eu ver-te,
talvez para puder dizer que ter-te,
seria bom demais.
Pudesse eu saber-te,
por entre brumas e vendavais;
significaria que te havia dito que ter-te seria bom de mais.
Pudesse eu ler-te no retoque mais intimo do teu sorrir,
na curva mais imperfeita do teu rosto,
e descobrir,
nessa imperfeição,
uma beleza tão grande e talvez até maior,
do que a existente em toda a tua face.
Pudesse eu tocar-te.
Somente, tocar-te com um abraço,
ou um beijo,
como culminar de prazer sem desejo
que de desmedido arruinaria a pureza do olhar.
Pudesse eu tocar-te.
Pudesse eu encontrar,
nessa imperfeição,
uma beleza existente em toda a tua face.
Existe beleza em toda a tua face.
De olhar meigo e sorriso rasgado,
de cabelo ao vento, de vestido alegrado;
tal qual o espirito.
És.
Pudesse eu sentir.
Somente, sentir-te.
Sentir em ti e de ti.
Pudesse o teu cabelo levitar nas minhas mãos.
Pudesse eu sentir.
Pudesse eu saber-te, e pudesse eu viver-te.
Pudesse levar-te e fazer-te voltar,
ficarmos perdidos no longe do mar no horizonte dos sonhos
onde te costumo encontrar.
Nem paraíso és porque pequeno de valor é ele.
Pudesse dizer-te, ao olhar-te por saber-te quando te li,
que sentir-te é e a sentir-te sou.
Pudesse dizer-te que mais nada possuo em mim,
e feliz estar por isso, porque és hoje e infinito.
És forma de ser maior.
És amor.
Vem dançar ao som do silêncio.
Vem somente e depois haverá o que houver.
Vem dançar ao som do silêncio.
Diogo Dias Jovens Escritores Portugueses
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