O rio

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quinta-feira, outubro 08, 2009

Os filhos de uma ... Nã(o)...... São

As coisas andam más... a malta anda sonâmbula e anestesiada, numa vidinha de ramerame e lixando-se para o que está à volta, tipicamente adoptando a postura tuga. Não sei, não vi, a mim não me interessa.

É assim que se refugiam de maleitas e do perigo de enlouquecer perante situações escabrosas.

Hoje liguei ao meu pai, que voltou para o Hospital. Não sabia que tinha sido dopado e que àquela hora, não devia ligar-lhe. Mas benditos telelés, permitiram-me ter a noção diabólica de como se passa a noite num hospital central. Ao meu pai pouco lhe ouvi. Estava tão drogado que não articulava palavras perceptíveis. Pelo contrário, uns gritos de homem bem mais novo, atrozes, fizeram-me ficar arrepiada, em estado de choque e impotente. A quilómetros de distância dali, sem conhecer ninguém, eu achei que haviam metido o meu pai num quarto de loucos. O homem gritava acada minuto, atroando o ar assustadoramente. O pânico tomou conta de mim. Noutro telefone ligava à minha mãe, para tentar socorrer o meu pai dali... em fim de vida, a gente fica quase ao Deus dará, né? Não me atendia. Ela também já acusa cansaço de corridas doidas entre casa e hospital. Liguei a uma irmã, que àquela hora ainda ia gramar uma reunião de trabalho... já não eram oito da noita, veja-se. E continuava de telefone ligado a tremer e a ouvir o homem. Do meu pai já nem sabia nada. Falei com ela. Pedi que tentasse saber quem poderia ajudar... a tendência que se tem é pôr em causa todos os profissionais, certo? Quando se desconhece o que vai no convento... A minha irmã, abatida e farta de correr também, assegurava-me que estava tudo bem, até eu a pôr a ouvir os gritos. Entrou em desespero, tal como eu. Tratou de arranjar forças, não sei onde, e foi tentar saber o que se passava.
Noutro telefone a minha mãe atendeu. Cansada, esgotada, e aos gritos, desesperada lá se foi acalmando. Isto não está fácil.
Então explicou que se tratava de um senhor a quem os médicos mudaram toda a medicação. Durante o dia o homem aprontou com fugidas e actos declaradamente insanos. Mas não tinha gritado. Ficou preocupada com o que relatei.
A minha irmã entretanto, lá tinha mais informações. As enfermeiras estavam a tentar acalmar o senhor. Impotentes, terão que graar com aqueles gritos próprios de loucura a noite inteira... elas e os outros doentes... o meu pai, o outro homem que amanhã será operado, e mais uns quantos que tiveram o infortúnio de não pertencer a uma classe legisladora que se trata em quartos particulares e no estrangeiro.

São homens que seguraram um país durante uns bons 50 anos de trabalho. Apenas filhos de uma Nação que não se compadece com os direitos fundamentais do HOMEM, e que insiste em dourar a pílula quando se tratam de eleições, comunicações sociais e tudo o resto. Estamos pura e simplesmente todos insanos! Continuemos então a olhar para o lado e a assobiar...

Não há quase nenhuma profissão que actualmente esteja a laborar com elementos que não estejam a desempenhar mais funções do que as que deveria.
Não há instalações decentes em quase local nenhum de saúde e educação, que se possa dizer, que funcione a 100%

Mas assobiemos e tratemos de rir... a vida é uma comédia insana... até o drama nos bater à porta!





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