O meu passarito está a voar. Pequenos voos é certo, mas... enquanto a ela não lhe está a custar nadica... a mim custa muito.
- Mãe, a R convidou-me para dormir em casa dela.
- É? E tu? Queres?
- Claro. - a voz não deixou transparecer nada senão uma segurança de quem está a crescer.
O dia chegou.
- Já fizeste a mala? - sempre na esperança que, qualquer tarefa a demovesse de tal...
- Não. Vou fazer. O que é preciso?
E as coisas lá se foram compondo. Pasmei quando vi os livros no saco de viagem. Pensei que... pensei que ... afinal está mesmo decidida... bolas.
À hora marcada, partimos rumo à casa da amiga. Eu sei que ela fica muito bem...mas e eu?
vou ter que... bahhh
O silêncio veio atrás de mim... os cães, aberta a porta de casa, procuraram-na e lá se mentalizaram que não haveria farra.
Quanto a mim, atirei-me de cabeça a pintar paredes e a procissão ( cães e gatos) sempre atrás. Cada um sente a ausência à sua maneira.
Telefono à noite, para saber se... porventura, não haverá vontade de dormir aqui...
- Olá, mãe.
- Olá meu amor. Estás bem?
- Estou. Estamos a cear.
- E não tiveste saudades minhas? ( pergunta mais cretina esta. Denuncio-me sempre)
- Não. ehehehehe
Mais umas palavritas a esticar, enquanto a voz dela me adoça a alma e pronto.
- Porta-te bem.
- Claro! Beijos.
- Beijo e até amanhã.
- Vou desligar, ok?
Não é desvelo, desinteresse, nada disso. Eu sei. É crescer... Ando sempre a falar nisso com amigas, comparando os filhos aos pássaros. Mas, quando é connosco, fogo... é sempre diferente.
Bom domingo.
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